Interessados buscam soluções para um Pantanal cada vez mais ameaçado

Participantes do fórum discutem propostas para salvar o ecossistema e seus modos de vida tradicionais

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Interessados buscam soluções para um Pantanal cada vez mais ameaçado
Centenas de pessoas sentadas em um auditório grande assistem a um painel com 10 participantes no palco. Um grande telão atrás dos panelistas exibe uma foto de araras azuis e amarelas, uma onça e uma vaca, enquanto outras anunciam o título do evento e a lista de seus patrocinadores.
Com mais de 500 participantes das esferas federal e estadual do governo, do setor privado e da sociedade civil, o Fórum Pontes Pantaneiras foi a maior reunião já promovida para discutir a conservação da imensa área alagada que conhecemos como Pantanal.
Diogo Goncalves

Nota do editor: O conteúdo desta página foi atualizado em 20 de fevereiro de 2024 para refletir com precisão o ano em que ocorreu o Fórum Pontes Pantaneiras.

No coração da América do Sul, um ecossistema vibrante que sustenta fazendeiros e outros há séculos enfrenta ameaças graves, e os governos devem agir rapidamente para reverter este declínio. Esse foi o tema central do Fórum Pontes Pantaneiras, realizado de 16 a 18 de agosto de 2023, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O estado abriga a maior parte do ecossistema em questão – o Pantanal – que cobre quase 180 mil km2, uma área maior que a Grécia, em partes da Bolívia, Brasil e Paraguai.

O Pantanal é uma das maiores, mais diversas e contínuas áreas alagadas do mundo, além de abrigar uma biodiversidade como poucas do planeta: são mais de 4.700 espécies de fauna e flora, com a maior concentração de onças e jacarés da América do Sul. 

Considerado o maior encontro já realizado para a conservação do Pantanal, o fórum proporcionou um espaço inédito para o diálogo sobre a importância desse ecossistema multifacetado para o desenvolvimento econômico, preservação e cultura da região. Foi também uma plataforma para compartilhamento de experiências sobre o uso sustentável do ecossistema. 

Diversas apresentações e painéis discutiram questões como pecuária sustentável, iniciativas femininas de preservação, combate aos incêndios florestais e proteção de fluxos de água doce. Na cerimônia de abertura, o governador do estado, Eduardo Riedel, convidou os presentes a participar do debate sobre uma reforma planejada da legislação estadual para proteção do Pantanal no Mato Grosso do Sul. Riedel espera que essa revisão evite ou limite o desmatamento e os incêndios que vêm castigando a região nos últimos anos. Para combater a perda de cobertura florestal, o governador anunciou também uma suspensão temporária no licenciamento de atividades que provocam o desmatamento no estado.

Outro assunto importante do fórum foi as práticas pecuárias tradicionais sustentáveis, que, historicamente, permitiram a coexistência dos habitantes do Pantanal com uma vibrante vida selvagem que abriga muitas espécies já ameaçadas ou extintas em outras áreas do continente.

Homem com calça cáqui e blazer azul de pé falando ao microfone de um púlpito de acrílico transparente e olhando para algumas pessoas sentadas no palco. Atrás deles, telões com imagens promovendo o fórum.
Eduardo Riedel, governador do Mato Grosso do Sul, discursa na cerimônia de abertura do Fórum Pontes Pantaneiras em Campo Grande, 16 de agosto de 2023. Riedel convocou os participantes a debater uma proposta de lei estadual que pode reduzir as ameaças ao Pantanal.
Diogo Goncalves

Pecuaristas e cientistas defenderam a compatibilidade da pecuária tradicional com os valores ambientais e sociais, destacando suas vantagens em relação à pecuária intensiva. Também foi discutida a importância de se definir um padrão para práticas sustentáveis e alguma forma de se fazer uma verificação independente desses padrões, além de como criar políticas públicas de apoio à pecuária tradicional.

Operadoras de turismo também apresentaram, destacando o potencial emergente do setor para a diversificação da economia local e para incentivar ainda mais a preservação.

Organizado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas e com apoio de mais de 20 organizações, inclusive os Pew Charitable Trusts, o fórum aproveitou diversas iniciativas dos últimos anos para estimular o diálogo entre todos os interessados, principalmente pesquisadores e pecuaristas, sobre a preservação do Pantanal. Foram promovidos mais de 15 painéis durante o fórum, com mais de 500 participantes dos governos federal e estadual, cientistas e acadêmicos, pecuaristas, sociedade civil e setor privado. 

Tipicamente, de outubro a março, a água das chuvas de verão desce dos planaltos circundantes e inundam o Pantanal. A planície age então como uma gigantesca esponja, que vai dispersando a água de abril a setembro e oferecendo um habitat aquático, renovação de nutrientes e controle de enchentes para milhões de pessoas que vivem a jusante. Embora a maior parte do Pantanal fique no Brasil, quase 32 mil km2 das planícies mais intactas estão no sudeste da Bolívia e mais 4 mil ficam no norte do Paraguai.

Para fortalecer a proteção do Pantanal brasileiro, a Pew está criando parcerias para atualizar a gestão de parques nacionais e estaduais, desenvolver a pecuária sustentável na região e garantir e promover novas designações de preservação e uso sustentável para o habitat natural. O Fórum Pontes Pantaneiras representou um grande passo para atingir esses objetivos, facilitando colaborações em prol do Pantanal e seus habitantes e aumentando a conscientização sobre uma das zonas úmidas mais diversas e extensas do mundo.

Amelia Moura trabalha no projeto de conservação do Pantanal e do Gran Chaco da América do Sul para The Pew Charitable Trusts.

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